Conquistas e desafios para a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

JOSÉ CARLOS DO CARMO - Auditor fala de conquistas e desafios para a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
Atuando há 10 anos no Programa de Inclusão da Pessoa com Deficiência da SRTE/SP - o qual atualmente coordena, o Auditor Fiscal do Trabalho José Carlos do Carmo, conhecido como Kal, acredita que o acesso ao trabalho formal é fundamental para a inclusão das pessoas com deficiências na sociedade. Experiente médico sanitarista e do Trabalho e mestre em Saúde Pública, ele ressalta a importância e os avanços trazidos por meio da legislação - artigo 93 da Lei nº 8.213 - e o acompanhamento de AFTs para que a chamada Lei de Cotas seja cumprida integralmente. Para tanto, é necessário vencer barreiras co­mo falta de acessibilidade, preconceitos e paradigmas.

Como principal fator para que os trabalhadores com deficiência ocupem seu espaço dentro das instituições Brasileiras, o médico cita a necessária mudança de cultura e de atitude por parte de toda a sociedade. "Apesar das transformações importantes nos últimos anos, ainda não faz parte do nosso cotidiano a convivência no dia a dia com pessoas deficientes. No meu entendimento, a questão da inclusão tem como pano de fundo a diversidade, não apenas a aceitação", exemplifica.

Revista Proteção: Há quantos anos o senhor atua na área de saúde do trabalhador e o que o levou a se inserir nesta área?

José Carlos do Carmo:
 Meu envolvimento com a questão da saúde do trabalhador vem da época de estudante. Porém, atuo de fato na área desde 1986. Acredito que a Medicina do Trabalho é uma especialidade de conteúdo técnico bastante complexo e extenso, mas que deve ser inserida em um campo maior: o da saúde pública, sob o paradigma da Saúde do Tra­balhador. Por razões ideológicas e de afinidade com a questão dos trabalhadores, enquanto estudante eu já tinha interesse no setor. Depois de formado em Medicina pela USP (1981), fiz residência em Medicina Preventiva e curso de especialização em Medicina do Trabalho (1982). Mais para frente, fiz mestrado em Saúde Pública, na Faculdade de Saúde Pública, no De­parta­men­­to de Saúde Ocupacional.

Comecei a atuar na área em 1986, na Secretaria do Estado da Saúde, participando da cria­ção de um serviço na época pioneiro, o Programa de Saúde dos Trabalhadores da Zona Norte. Era uma proposta de levar para a re­de pública de saúde, num momento em que não tínhamos o SUS em nosso país, um serviço que nos desse condições para atender os trabalhadores nas questões de saúde decorrentes dos riscos relacionados  ao trabalho.

Em 1987, ingressei no MTE, sempre buscando atuar nessa área voltada para a saúde do trabalhador, porque estou convencido da necessidade de uma ação transversal no que se refere ao sinergismo dos órgãos públicos, sempre trabalhando de forma a otimizar a ação do poder pú­blico nes­sa área. Acredito que as questões relacionadas à SST são de tal complexidade que exigem uma abordagem multidisci­pli­nar e multi-institucional - que envolvam diferentes segmentos do aparelho de Estado -, sob pena de não darmos conta de toda a sua complexidade.

Fonte:  www.revistaprotecao.com.br  

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